sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Madrugada

Lembra?

No vazio quase quente a expressão é nula
Só um verso de repente quando vem da rua
Quando vem da rua
A poesia é a ciência da iminência

No seu calo insistente a tristeza pula
Cai a noite quase em frente ao clarão da lua
Ao clarão da lua
Esse azul é a potência da insistência

Uma moça de repente esbraveja fula
Vem um grito diferente da leveza tua
Da leveza tua
O sossego é a falência da decência

E a noite rouba o dente dessa minha gula
E acordo bruscamente sem a mão que é sua
Sem a mão que é sua
A poesia é a latência da carência

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