terça-feira, 12 de julho de 2011

Canja

A madrugada é a hora mais propícia para a poesia ruim
Sabe, silêncio, solidão, escuridão, alcoolismo, enfim
Ruim que sou quase me atrevo ao metafísico
Mas deixar de comer me deixa meio tísico

Esquentei uma canja

Na TV passa um rock progressivo, todo colorido
Psicodélico, jazzístico, quase meu preferido
Lá vem o transcedentalismo horroroso germinando
Acender uma vela e olhar fixo a chama queimando

Lavei a louça, perdi a vontade de transcedentalizar
Acordar, e ver a louça de ontem na pia é uma merda.
Nada nesse mundo vai me impedir de acordar e ver uma pia limpa
Pronta para um novo dia.