terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Anatomia

Minha poesia é pele, minha arte é pêlo. Não é osso, nem é carne, nem sangue - meu sangue é fogo. Portanto, sou sangue, pele e pêlo, por enquanto. Não sei ainda o que faz minha carne nem sei que coisa faz meu osso.

Se minha arte fosse osso e minha poesia carne eu não viveria. A poesia é uma loucura que só aceitamos porque escolhemos, pois escolhemos aceitar nada. Arte é bomba de napalm, que sai queimando pêlo, pele e o que mais estiver na platéia.

Se viesse de dentro, fosse carne ou osso, tudo quanto é artista morria, não mereceria a imortalidade da arte. Se bem que uns já morrem assim, moribundos em cena.