Lembra?
No vazio quase quente a expressão é nula
Só um verso de repente quando vem da rua
Quando vem da rua
A poesia é a ciência da iminência
No seu calo insistente a tristeza pula
Cai a noite quase em frente ao clarão da lua
Ao clarão da lua
Esse azul é a potência da insistência
Uma moça de repente esbraveja fula
Vem um grito diferente da leveza tua
Da leveza tua
O sossego é a falência da decência
E a noite rouba o dente dessa minha gula
E acordo bruscamente sem a mão que é sua
Sem a mão que é sua
A poesia é a latência da carência