sexta-feira, 20 de março de 2009

Enquanto isso, na aula de Química

Sabe, acho que conhecimento demais faz mal a um ser humano. Não que a felicidade só venha quando se é ignorante, mas algo estranho acontece no cérebro após exaustivos estudos de Estequeometria ou uma leitura de O Capital. Ou vais dizer que é normal um ser humano, sob um calor escaldante, comprar uma garrafinha de água mineral e refletir, considerar toda a trajetória desse produto desde a comunidade primitiva e lamentar a mais-valia enquanto nota que o rótulo contém mais informações que uma bula - como concentração de íons Lítio, condutividade elétrica e pH na fonte. Não que eu já tenha feito isso, é só um exercício mental. Lembre-se que Einstein revolucionou a Física após começar a imaginar serelepe, sem querer dar limites às suas divagações.


“Imagine um elevador. Agora imagine que esse elevador pode viajar pelo espaço. Agora imagine que ele está na velocidade da luz, e você se encontra dentro dele (…)” – Albert Einstein, num passeio agradável pelo mundo da lua Parque do Ibirapuera

Pois bem, imagine uma aula onde, a certa altura, um exercício de imaginação é sugerido.

Professor:
- Função radial, pois é. Imagina uma cebola. Tão imaginando? Agora pensa comigo, a primeira camada possui uma certa propriedade que só aquela camada tem. A segunda camada possui outra. Vai ver tem outra densidade, enfim. A terceira tem outra diferente. Aí você chega na casca, que tem propriedades diferentes de qualquer outra camada. Passando da casca, a próxima camada é uma cebola mais transparente. Quanto mais externa a camada, mais transparente vai ficando a cebola. E quando a cebola termina?
Turma:
- ...
Professor:
- Ora, nunca! A cebola é infinita!!
Turma:
- ...........
Professor:
- Então, senhores, até a semana que vem. Não se esqueçam da lista de exercício.

Sério, não consigo imaginar Hebe Camargo nem Dercy Gonçalves recitando e provando o Teorema da Cebola Infinita. Talvez faltasse noções matemáticas/químicas. Talvez aí esteja o segredo de suas longevidades. Devaneios e estudo são extremamentes desgastantes. E não se pode esquecer que Marie Curie morreu bem jovem. Não, nada a ver com o fato de pesquisar radioatividade pegando um pedaço de Urânio com a mão; com certeza foi excesso de conhecimento. Aposto dois fótons na certeza de que ela sabia provar a infinitude da cebola.