sábado, 7 de agosto de 2010

Dois perdidos numa noite normal

então, gatinha, vamos fazer algo niilista hoje? e lá foram, pé na tábua, quase perdem os membros inferiores pra uma jibóia, mas tudo bem. Loucura de verdade é não viver esse sonho kerouaquiano. Com os parcos últimos pagamentos na cidade grande, compraram grande estoque de vinho de galão e cachaça de dez reais. Erva ruim também, até compraram cachimbo. Porque o que faz mal é o papel, né, cê sabe. Iriam percorrer a linha vermelha, ganhar a dutra e seguir até Deus-não-sabe. Tudo em nome do sonho de liberdade, loucura e alegria eufórica que era dos seus pais. No carro dele, um Opala herdado e nunca trocado, tentaram deixar essa vida cinza. Nada na bagagem a não ser a roupa do corpo e muita loucura em potencial. Ah, tinha um violão também, junto com uns três ou quatro acordes - não usariam muitos - e uma gaita diatônica fora do tom - mas nem ligavam. Tinha uma resistência elétrica - ignoro porquê - e alguma soma desprezível mas necessária de papel moeda. E lá foram eles.

Acontece que tinha uma blitz da Lei Seca ali na Leopoldina. E eles se fuderam porque decidiram impulsivamente fazer essa viagem no terceiro chopp após o sensacional cabrito à moda do Nova Capela.

2 comentários:

  1. Cara, compila tudo isso que tá aqui no blog e publica...na boa! Rs.
    Os textos são cada vez mais bacanas. Sou fã do blog, msm! Continue hein.

    No mais tudo blz?
    Abração, meu caro.

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  2. Brother, é isso aí.
    Esses fatos da vida zoam a gente legal...

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